PEQUENO CASO DE AUTOAPRIMORAMENTO

 Em 2018 eu vivia em Lisboa e, ao entrar em um supermercado, um jovem, com sotaque português, pediu-me para lhe comprar algo para comer. Olhei-o por uns instantes, perguntei-lhe o que queria, comprei e, ao final, agradeceu-me e cada um foi para o seu lado.

Eu, num misto de alegria e tristeza, caminhava e dialogava "cá com meus botões":

"Queria que não fosse mentira do rapaz..."

"Ah, então querias que fosse mesmo "mais um miserável no mundo" para te sentires bondosa?" - a voz da consciência me provocou.

"É verdade... Sendo assim queria que fosse mentira dele" - refleti.

"Ah, então precisas da hipocrisia alheia para te sentires superior?" - a consciência estava pegando pesado.

É verdade... Então não quero nada. Basta-me apenas saber o que fiz e porque fiz.

                                     FIM

DÓI UM POUQUINHO O DIÁLOGO INTERIOR MAS... ELE É FUNDAMENTAL PARA O AUTOAPRIMORAMENTO.


Márcia C. Rocha Firth